PARCERIA COM DEUS
Mover-se adiante em parceria é reconhecer que nos é
oferecido a oportunidade de fazer alguma coisa para Deus e com ele, em nosso
tempo e espaço. É reconhecer que podemos fazer diferença em nosso mundo. É crer
que podemos fazer algo para a transformação do mundo. É colocar as mãos no
arado de Deus e juntar-se a ele na luta para transformar nossas terras
devastadas em jardins, nossas cidades arruinadas em Habitats produtivos e cheios de significados, nossos campos de
morte em santuários de vida. Mover-se adiante em parceria é estar nas
trincheiras com Deus, juntar-se a Deus e por mãos à obra numa atitude de
gratidão, fé e esperança.
A crise da igreja contemporânea pode ser explicada como
resultado do isolamento e do individualismo. Tornamo-nos uma igreja de
cavaleiros solitários e empresários em que cada um cuida do seu próprio
negócio. Perdemos de vista o fato de a obra não ser nossa, mas de Deus. Podemos
construir todo o tipo de público para sustentar nossos esforços empresariais;
contudo, mais cedo ou mais tarde, eles entrarão em colapso pela ausência de
base. Sucesso numa base de consumo representa pouca relevância, porque
desaparece tão rapidamente quanto surgiu. Somente a obra realizada em parceria
com Deus tem chances de permanência e continuidade. [...].
PARCERIA COM O PRÓXIMO
Pelo fato de a parceria ser fundamental à estrutura de nosso
ser como membros do Corpo de Cristo, ela não é só parceria com Deus, mas
parceria de uns com os outros. Assim, Paulo declara, “trabalhando juntos” com
Deus. Parceria com Deus assume uma parceria dentro do Corpo de Cristo. Se parceria
com deus é participar do ministério da trindade divina, servindo com
instrumento do Espírito na obra de Deus no mundo, parceria com os outros é
partilhar a experiência de uma empreitada comum, incluindo sofrer as
consequências de se trabalhar uns com os outros. Para ser mais preciso,
significa trabalhar para Deus no mundo, em conjunto, e não isolado ou
individualmente. A parceria existe quando todos partilham experiências e
processos comuns.
A igreja precisa existir não em organismos separados, mas
como entidade sólida. Diversidade e individualismo são realidades de nossa
frágil existência humana, não alvos pelos quais devemos nos esforçar. São
obstáculos na estrada que precisam ser vencidos. Tratando-se de parceria, o
crente está no chamado à unidade, à solidariedade, e à cooperação. A igreja
existe para viver em parceria como um organismo corporativo, cada membro
trabalhando com o outro, para Deus em com Deus.
Isso significa que a igreja existe para viver e celebrar em
conjunto as glórias e os triunfos, assim como para sofrer as derrotas e dores
de cada membro. “Trabalhando Juntos”, uns com os outros, cada membro, cada
instrumentalidade, cada agencia, cada congregação, cada componente, não importa,
quão pequeno ou fraco seja, experiência em solidariedade as dificuldade do
trabalho com Deus no mundo e para o mundo [...].
A parceria verdadeira envolve doara si mesmo aos outros sem
se preocupar com o custo. Implica boa vontade em gastar-se em prol do outro.
Nisto está o tremendo potencial que existe na parceria: desviar o foco da
atenção de si mesmo e direcioná-lo ao outro. Verdadeira obra de amor.
Nas ultimas semanas, tenho redescoberto a autentica
parceria. Eu não sabia que tinha tantos parceiros na vida e no ministério até
ser acometido de uma doença mortal. Enquanto lutava na primeira fase de minha
recuperação, convalescendo de uma operação longa e difícil, comecei a
experimentar um irresistível derramamento de amor. Parentes e colegas, congregações
e agencias denominacionais nos continentes norte e latino-americano e ao redor
do mundo, começaram a mostra seu amor e sua preocupação por meio de cartões e
flores e, acima de tudo, com jejum e oração ao meu favor. Jamais havia
percebido quantos parceiros de ministério eu tinha, até que me encontrei com o
apostolo Paulo, aflito, perplexo e ferido. [...].
Eu não estava cônscio de que minha parceria com Deus estava
envolta em larga e profunda parceria com o povo de Deus. Não sabia que tinha
tantos parceiros trabalhando juntos com Deus a meu favor e então fui inundado
pelo derramamento de amor e cuidado pela e pela certeza de que minha doença não
é uma questão de morte, mas de vida! a vida que Deus nos
tem dado como dom e tarefa. Venho aqui como testemunha de uma parceria que está
viva e crescente, para impulsiona-los e mantê-los. Em atividade, pois Deus é
glorificado em nossa parceria.
PARCERIA PARA A RECONCILIAÇÃO COM O MUNDO
Devemos mover-nos em nossa parceria com Deus e com os
outros, porque esta parceria é parte da formula de Deus para a reconciliação do
mundo. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”. (2 Co 5.19).
O mundo com toda a sua incompletude e dor, corrupção e fragilidade,
vulnerabilidade e partes desmembradas, alienadas como são de Deus e de si, foi
reconciliado em parceria: Deus em Cristo é o vinculo do Espírito eterno, como o
escritor de Hebreus argumenta (Hb. 9.14). Ser reconciliado é ser colocado em
posição correta, ser ajustado. Em síntese, é ser curado e feito de modo
integral. Essa é a razão para a parceria. Esse é o projeto de Deus, tanto para
sua parceria conosco quanto para a nossa, de uns para com os outros.
Adiante em parceria é condição sine qua non da missão de Deus e da participação da igreja nessa
missão porque Deus tem nos dado o ministério da reconciliação. Isso “procede de
Deus”, diz Paulo, que nos tem feito nova criação, e, desse modo, nos
reconciliando com a divindade e com os outros, para que possamos partilhar com
o mundo as boas novas de reconciliação em Cristo. Nossa reconciliação pertence
à ordem da nova criação, levado a cabo pela igreja em parceria com o Deus
trino.
A questão para nós não é de uma grande herança ou de
realizações passadas. Não é sequer uma questão de grandes necessidades, nas
áreas nas quais Deus nos enviou a fim de
ministrarmos a palavra da reconciliação.
Antes, a questão diz respeito a agenda inacabada do
ministério que Deus nos confiou. Não podemos baixar a guarda em nossa parceria
missionária sem negar tudo que professamos e consideramos precioso.
Precisamos avançar em nossa parceria com Deus e com os
outros para a reconciliação do mundo, porque nossa agenda missionária não está
terminada. “Trabalhando juntos com Deus”, devemos rogar uns aos outros nesta
assembleia, em nossa igrejas a locais, em nossas respectivas agencias, em nosso
estado, cidades e regiões, para não considerarmos levianamente a graça de Deus,
que nos possibilitou o privilégio de ministrar ao mundo a palavra da
reconciliação.
Que não sejamos levianos com os dons que são tantas pessoas
de heranças raciais étnicas, tantas línguas e nações! Que não sejamos levianos
com os dons de uma nova geração de líderes que Deus tem levantado em nosso
meio! Que não sejamos levianos com a graça de milhares de formandos em
faculdades e seminários prontos para pôr as mãos no arado, na obra do Reino de
Deus! E, acima de tudo, que não sejamos levianos com os recursos financeiros
postos em nossas mãos nem com o privilégio de vivermos numa sociedade afluente
com o qual podemos colaborar de fato. Vamos mover-nos adiante em parceria,
vivos na missão com Deus e com os outros para a reconciliação do mundo! Assim
será Deus glorificado em nós, e por meio de nós fazendo de nossos insuficientes
esforços e de nossas intrigas, fraquezas, futilidades e obras geralmente
contraditórias o “centro da sentença” no
grande livro da poesia de Deus; sim, ainda mais, em blocos de construção
para o progresso da construção do Reino de Deus.
Texto
copiado por Marcos Aurélio dos Santos e extraído do livro, "Orlando Costas" do escritor
Carlos Caldas. Ed, Vida Nova. Pg, 233-237.
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