sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Igreja de Filadélfia: Fidelidade e Missão

Por Marcos Aurélio dos Santos

Das cartas endereçadas pelo Senhor às sete igrejas da Ásia, uma das mais desafiadoras é a de Filadélfia. Esta igreja estava localizada na região da Ásia menor, na Lidia, que ficava a 45 quilômetros de Sardes, cidade vizinha. Hoje, sobre suas ruínas está construída a cidade de Alasehir. A igreja de Filadélfia, como as demais que estavam nas cidades de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, e Laodiceia  foram frutos da terceira viagem missionária do apostolo Paulo, que durou aproximadamente dois anos.

Filadélfia (=Amor fraternal), juntamente com Esmirna, destaca-se das demais igrejas mencionadas por João, por não receber advertências da parte do Senhor. Apesar de ser desfavorecida pelo fato de ser uma igreja pobre e localizada em uma cidade pequena, Filadélfia preservou sua fidelidade a Cristo, cumprindo assim sua missão como igreja cristã.

Nesta carta, Jesus se apresenta de maneira gloriosa como o Deus Santo e verdadeiro. Sua soberania é revelada, pois o autor da carta tem a chave de Davi. Ele tem todo o poder para abrir e fechar a porta que dá acesso ao seu Reino (Ap. 3.7). Ao contrario do pensamento judaico da época, Jesus se apresenta à igreja de Filadélfia como o Deus que não faz acepção de pessoas, que recebe a todos, sem distinção. Todos são chamados a aceitar a Cristo para serem participantes do seu Reino e desfrutarem dos benefícios de sua maravilhosa graça.

Aqueles que uma vez foram chamados e passaram pela experiência miraculosa do novo nascimento (Jo.3), agora poderão desfrutar desses benefícios. Amor paternal, misericórdia, compaixão, justiça, liberdade, vida eterna, acolhimento e dentre outros, são dádivas divinas concedidas aos que por meio de Cristo, tem livre aceso ao portal da Graça de Deus.
Esta porta aberta também está relacionada à missão que Jesus entregou para a igreja (1Cor.16.9; 2 Cor.2.12; Col. 4.3). Ele concede oportunidades para a anunciação das boas novas de salvação. Filadélfia estava situada em um lugar estratégico que dava acesso aos países antigos como Frigia, Lídia e Mísia. Provavelmente, Deus abriu uma porta para missões, beneficiando aquela pequena igreja.

Uma questão importante deve ser observada pelos leitores neste trecho da carta. Não há nenhuma indicação de que o Senhor Jesus está referindo-se a uma porta aberta para prosperidade financeira. O contexto aponta como já dissemos uma entrada para o seu Reino, como também oportunidades para a anunciação do evangelho.

Apesar de Filadélfia ser pequena, sem muita estrutura física e financeira, pelo fato de estar situada em uma cidade pobre, o Senhor Jesus conhecia seu potencial. Ela é elogiada por ser uma igreja que praticava obras (Ap.3.8).
Jesus continua elogiando sua igreja dizendo que ela apesar de ter pouca força (pequena e pobre), tinha em suas qualidades a virtude de guardar a palavra de Jesus, e não negaram o seu nome (Ap.3.8). O Senhor encoraja sua igreja naquela localidade a prosseguir diante das perseguições, provavelmente por falsos judeus que faziam parte da sinagoga de satanás mencionado no versículo nove.

Em meio aos ataques de satanás contra Cristo e sua igreja na cidade de Filadélfia, os cristãos daquela comunidade demonstraram sua fidelidade. Certamente não aceitaram palavras de blasfêmia contra o Senhor, não se dobraram diante das influencia dos falsos judeus e não se deixaram enganar pelo falso ensino proferido pelos adversários. A igreja de Filadélfia cumpriu seu papel de igreja fiel e missionária.

A igreja fiel é recompensada. As promessas do Senhor são incomparáveis. Para os cristãos de Filadélfia, como também para todos de todas as épocas e lugares, que perseveraram até o fim, Jesus se valerá de sua reta justiça. Aqueles que faziam parte da congregação satânica, que perseguiram a igreja do Senhor, em oposição a Cristo e tudo que é dele,haverão de se prostrar e confessar que Jesus os ama. As perseguições e sofrimentos que eles passavam, seriam recompensados com honra da parte do Senhor (Ap.3.8.) Como recompensa pelo desejo de guardar as palavras de Jesus em Seus corações, os cristãos de Filadélfia seriam guardados (Protegidos) do período de provação que haveria de vir sobre toda a terra (Ap.3.10)

Esse trecho da carta tem caráter escatológico. Provavelmente é uma referencia a grande tribulação mencionada por Jesus em Mateus nos capítulos 24 e 25 e pelo profeta Daniel (Dn.12). Numa interpretação pós- tribulacionista, A igreja haverá de passar pela tribulação, mas estará sobre os cuidados de Jesus, sairá vitoriosa e reinará com ele eternamente.

Ainda há mais promessas para os vencedores. O Senhor promete colocá-los como coluna em seu santuário, que simbolizava segurança e estabilidade eterna, em contraste com os perigos e adversidades que a aquela igreja enfrentava. Ao que vencer, será escrito nele o nome de Deus, o novo nome de Jesus e o nome da nova cidade, a nova Jerusalém que desce do céu que pode ser uma referencia apontando para seu reino eterno,onde o novo triunfará, concordando com visão do apostolo João visualizando o novo céu e nova terra (Ap.3.12;21.1). Quão grandes e insondáveis são estas promessas que o Senhor tem preparado para a sua igreja!

O testemunho da igreja de Filadélfia merece reflexão para a igreja de nossos dias. Em tempos no qual vivemos uma crise de espiritualidade no meio evangélico, onde uma avalanche de doutrinas inovadoras tem invadido as igrejas, somos desafiados a refletir sobre a relevância do testemunho dos cristãos daquela pequena cidade. Quando a igreja vive de maneira confortável, onde não se enfrenta obstáculos, não passa por experiências de sofrimento (provação), não vivencia na prática, os ensinamentos do Mestre, algo está errado.

Guardar a palavra e não negar o nome de Jesus deve ser a característica de uma igreja que quer cumprir a missão. Tribulação, sofrimento, dor, renuncia, devem acompanhar a caminhada da igreja que milita, para que o nome de Jesus seja glorificado.

A glorificação do Deus da glória por meio da igreja não é manifestada na prosperidade financeira, mas no sofrimento. Como co-participantes das aflições de Cristo, a igreja do século XXI deve trilhar no caminho da piedade, do perdão, da paciência, do amor, do acolhimento, deve sofrer por amor a Cristo. Perseverar com paciência, levar a carga uns dos outros, orar pelos que nos perseguem e nos maltratam resultará em Glorificação do nome de Jesus. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas (Ap.3.13. NVI).

Bibliografia:

Bíblia NVI (Nova versão internacional)

Sites:

apostoladosagradocoracao.angelfire.com

estudosdabilbia.net 
   


 


  




Um comentário:

  1. Excelente post meu irmão, parabéns pelo blog, já estou seguindo, convido gentilmente para conhecer o meu.
    http://seiquedeusexiste.blogspot.com/

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