Não são poucas as pessoas que tratam suas contribuições
financeiras como investimento. Estas contribuem na perspectiva da negociação:
dou 10% da minha renda e sou abençoado com 100% de retorno. Tentar fazer
negócios com Deus é um contra-senso cristão, pois quem negocia sua doação está
preocupado com o benefício próprio, doa por motivação egoísta, imaginando levar
vantagem na transação. É fato que quem muito semeia, muito colhe. Mas essa não
é a melhor motivação para a contribuição financeira na igreja.
Há quem contribua por obrigação. É verdade que a Bíblia
ensina que a contribuição financeira é um dever de todo cristão. A prática do
dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com seu povo Israel
, foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o
dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. A medida maior
era na verdade muito maior. Os religiosos doam 10%, os cristãos abrem mão de
tudo, pois crêem que não apenas o dízimo pertence a Deus, mas tudo quanto
possuem; isto é, não possuem, apenas administram.
Alguns mais nobres doam por gratidão. Pensam,
"estou recebendo tanto de Deus que devo retribuir contribuindo de alguma
maneira". Nesse caso, correm o risco de doar apenas enquanto têm ou apenas
enquanto estão sendo abençoados. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda
não é a melhor motivação para a contribuição financeira.
Existem também os que contribuem em razão de seu
compromisso com a causa, com a visão, os que acreditam em uma instituição e
querem por seu dinheiro em algo significativo. Muito bom. Devem continuar
fazendo isso. Quem diz que acredita em alguma coisa, mas não mete a mão no
bolso, no fundo, não acredita. Mas ainda estão aquém do espírito cristão. Aliás,
não são apenas os cristãos que patrocinam o que acreditam.
Muitos são os que doam por compaixão. Não conseguem não
se identificar com o sofrimento alheio, sentem a dor do próximo como se fossem
dores próprias. Seu coração se comove e suas mãos se apressam em serviço. A
compaixão mobiliza, exige ação prática. Isso é cristão. Mas ainda não é
suficiente.
Poucos contribuem por generosidade. Fazem o bem sem ver
a quem. Doam porque não vivem para acumular ou entesourar para si mesmos. Não
precisam ter muito, não precisam ver ninguém sofrendo, não perguntam se a causa
é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda.
Eles doam porque doar faz parte do seu caráter. Simplesmente são generosos.
Gente rara, mas existe. O relacionamento com Jesus gera esse tipo de gente.
Finalmente, há os que contribuem por piedade. Piedade,
não no sentido de pena ou dó. Piedade como devoção, gesto de adoração, ato que
visa apenas e tão somente a glória de Deus. Financiam causas, mantém
instituições, ajudam pessoas, tratam suas posses como dádivas e por elas são
gratos, e são generosos, mas na verdade contribuem porque amam a Deus e desejam
que as pessoas transbordem em gratidão e louvor a Deus. Contribuir é adorar.
Fonte: www.edrenekivitz.com
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