Por Marcos Aurélio dos Santos
O Evangelho da Cruz é a manifestação
do amor e justiça da parte de Deus. Este é encarnado na pessoa do filho amado
Jesus Cristo. O evangelho é a proclamação e encarnação das boas novas de
libertação aos pobres, injustiçados e oprimidos. Em Cristo Jesus emerge a
esperança para uma nova humanidade, uma nova era de paz e justiça. Uma nova vida,
transbordante, vida em abundância.
O Deus que não comunga com a
injustiça manifesta seu amor e justiça em forma de servo por meio de Jesus de
Nazaré, o servo sofredor que sofre a humilhação até a morte de Cruz. Em obediência
e submissão a vontade do Pai, sem a pretensão de tomar a glória para si, decide
doar-se a humanidade em resgate da dignidade dos esquecidos, proclamando
libertação aos cativos, transformação e salvação integral aos perdidos.
O Evangelho da justiça tem o
poder de resgatar a dignidade do indivíduo por ele alcançado. Por meio da demonstração
do amor de Deus que deve estar impregnado na vida do discípulo, é manifestada a
justiça divina aos indefesos e sem voz. No poder do Evangelho emerge a esperança para os sem dignidade no mundo, e dignidade significa dizer: felicidade, auto estima, direito à vida, valorização do ser humano e relacionamentos sem desigualdade. Isto é dignidade.
É unicamente por meio da
encarnação do Evangelho que a humanidade poderá resgatar sua dignidade. A recuperação
da dignidade dos indivíduos não é uma mera questão sociológica ou uma aplicação de
conceitos fundada em um pensamento filosófico arrazoado entre os homens. O resgate
da humanidade se estriba e emana do próprio Deus, o autor da justiça. É no amor
de
Deus que encontramos resposta para o sofrimento humano, pois somente no amor
se manifesta o perdão, a paz, a justiça e o arrependimento.
Responder
ao sofrimento e a ausência da dignidade do ser humano, implica em comprometimento.
Todos nós somos chamados a assumir um compromisso com Deus e com o próximo. Esta
ação de amor é inseparável pois se amamos a Deus inevitavelmente amamos também
o nosso próximo. Não há uma perspectiva dicotômica, mas uma unidade.
Este
compromisso implica em envolver-se com as necessidades das pessoas. Em atitude
de compaixão devemos ouvir a história dos esquecidos e interagir em ação de
amor, oferecer ombro amigo aos cansados e amargurados pelas mazelas da vida, dar pão aos
que tem fome e água aos que tem sede, abrigar os desabrigados, falar pelo
direito dos que não tem voz, é preciso resgatar a dignidade perdida dos excluídos.
Esta
resposta não limita-se a uma mera informação do Evangelho mas necessariamente
deve ser praticada. Devemos ir além das palavras, é preciso encarnar, afinal,
como diz o apóstolo Paulo, o reino de Deus não consiste em palavras nem tão pouco
em persuasão humana mas em poder, ou seja, em atos de amor e justiça.
Não haverá
dignidade para a humanidade sem a demonstração do Evangelho, nem tão pouco
haverá transformação sem amor ao próximo. Lutemos pela paz e pela justiça, oremos
para que por meio do Evangelho de Cristo, se manifeste os valores do reino de Deus em
todas as suas dimensões e nos quatro cantos do mundo.
O
Amor vence tudo!
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