Por Marcos Aurélio dos Santos
Para muitos exegetas da primeira carta de Paulo aos Coríntios, há grande semelhança entre a igreja de Corinto com a igreja de hoje. Nossa arrogância espiritual, nossas atitudes egoístas nosso desejo de destacar-se entre os demais e nossa falta de amor, refletem o quanto nós estamos carentes de espiritualidade. Nossa infantilidade revela nossa carnalidade. Longe de nós está a maturidade. Nossos cultos por muitas vezes mais parece um lugar de apresentações, onde cada um tem a oportunidade de apresentar o seu número. Raramente nos reunimos para momentos de gratidão, quebrantamento de espírito e confissão de pecado. Nossas reuniões administrativas por muitas vezes atrapalha a fé onde são abordados assuntos fora da esfera do reino de Deus. Longe está a edificação, a comunhão, o amor, o respeito ao próximo.
Nosso desafio nesses dias onde a pluralidade religiosa, o relativismo, a forma antropocêntrica como nos relacionamos com Deus, onde o conceito de espiritualidade é distorcido, é buscar um relacionamento com o eterno longe do ter, mas perto do ser. É deixar se envolver pelo amor, pela maravilhosa graça de Deus que nos alcançou. Na busca da espiritualidade deve-se suportar, levar a carga do outro, não agradar a si mesmos, abrir mão de nós mesmos em beneficio do nosso irmão. É usar os dons espirituais para edificação do corpo de Cristo, e isso por amor, pois quem ama edifica (Rm. 15.1-2).
Várias formas
de espiritualidade tem se observado nas igrejas evangélicas de nossos dias.
Geralmente as expressões de espiritualidade no meio evangélico estão ligadas às
práticas de orações ritualizadas, leitura da Bíblia, fidelidade nos
dízimos e frequência nos cultos da programação semanal.
Em denominações de base
pentecostal, destaca-se a prática dos “dons espirituais”. O individuo dotado de
um ou mais dons principalmente os dons de cura, línguas e profecia.
Aqueles que se destacam na
denominação são visto como os espirituais pelo fato de diferenciar-se dos
demais por ter recebido determinados dons da parte de Deus. O vaso, o
"ungido” como alguns são chamados é considerado o crente espiritual pelo
qual Deus usa para abençoar a igreja na qual ele pertence.
Nosso
propósito nesse artigo não é apontar um modelo de homem espiritual, nem muito
menos apontar respostas prontas quanto ao assunto da vida cristã. A Bíblia nos
dá bases seguras para crer que a reflexão, a oração, como o exercício dos dons
estão inseridos no contexto da prática da espiritualidade, contanto que sejam
feitas por motivações corretas.
Nosso objetivo é levar o caro
leitor a uma reflexão nas escrituras a cerca do tema, seus propósitos e
desafios. Encontrar um caminho excelente no qual devemos trilhar na busca da
maturidade pelo fato de entendermos que uma espiritualidade desenvolvida por
motivações corretas resulta em maturidade, que tem como alvo alcançar a medida
da plenitude de Cristo (Ef.4.13). Nosso desafio é a busca da verdadeira
espiritualidade revelada nas escrituras, entendendo que é perigoso
desenvolvermos uma espiritualidade que esteja fora dela.
Podemos começar com um exemplo
bíblico de espiritualidade negativa. Encontramos na igreja de Corinto
características de uma igreja que desenvolveu uma espiritualidade antropocêntrica, distante do ensinamento proposto pelo apóstolo Paulo. Era uma igreja dotada de dons espirituais
(1 Cor.12), ao ponto de Paulo chagar a dizer que não lhe faltava nenhum dom (1
Cor.1.7). Mas apesar do esforço de Paulo de instruir a igreja nos ensinamentos
do evangelho (1Cor.1.7), ao escrever sua primeira carta, o apóstolo diz que não
pode falar com eles como a espirituais e sim como a carnais (1 Cor.3.1), e que
ainda não era o momento de alimentá-los com comida sólida, pelo fato de ainda
serem crianças em Cristo (1 Cor.3.2).
Apesar da abundancia de dons
entre os Irmãos de Corinto, havia carência de maturidade. Os dons
concedidos pelo Espírito Santo para a edificação da igreja eram
usados para satisfazer o egoísmo daqueles irmãos, por isso, Paulo desafia-os
a buscar um caminho mais excelente. O egoísmo, a arrogância espiritual, o
espírito de divisão, a velha natureza estava prevalecendo. Havia desprezo pelo
amor.
Paulo não
censurou a igreja de Corinto pelo fato dela buscar e praticar os dons
espirituais, mas aponta o caminho do amor, que é por excelência o grande passo
na busca da verdadeira espiritualidade. Percebe-se claramente
a preocupação do apostolo ao lermos o capítulo 13 de sua primeira
carta aos Corintianos. Ele argumenta dizendo que todo esforço deles
na prática dos dons não tem nenhum valor se o motivo não for o amor a Deus e
aos Irmãos. Na perspectiva de Paulo, o exercício dos dons concedidos
à igreja deveria resultar em edificação do corpo de Cristo. Conclui-se que,
quem ama edifica. Quem ama não busca seus próprios interesses,
mas sempre o do outro, quem ama não se ensoberbece, mas coloca-se em pé de
igualdade com o outro, quem ama não é invejoso, mas busca apoiar o outro em seu
ministério.
Para muitos exegetas da primeira carta de Paulo aos Coríntios, há grande semelhança entre a igreja de Corinto com a igreja de hoje. Nossa arrogância espiritual, nossas atitudes egoístas nosso desejo de destacar-se entre os demais e nossa falta de amor, refletem o quanto nós estamos carentes de espiritualidade. Nossa infantilidade revela nossa carnalidade. Longe de nós está a maturidade. Nossos cultos por muitas vezes mais parece um lugar de apresentações, onde cada um tem a oportunidade de apresentar o seu número. Raramente nos reunimos para momentos de gratidão, quebrantamento de espírito e confissão de pecado. Nossas reuniões administrativas por muitas vezes atrapalha a fé onde são abordados assuntos fora da esfera do reino de Deus. Longe está a edificação, a comunhão, o amor, o respeito ao próximo.
É de extrema urgência
a busca de uma espiritualidade mais cristocêntrica. Uma vida que imita Cristo
em sua maneira de viver. Somos desafiados a nos esvaziarmos de nós mesmos e
permitir que Deus nos encha com o seu Espírito. Que ele possa transbordar em
nós. Como diz o apostolo Paulo: Não
vos embriagueis com vinho no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito
(Ef.5.18)
Nosso desafio nesses dias onde a pluralidade religiosa, o relativismo, a forma antropocêntrica como nos relacionamos com Deus, onde o conceito de espiritualidade é distorcido, é buscar um relacionamento com o eterno longe do ter, mas perto do ser. É deixar se envolver pelo amor, pela maravilhosa graça de Deus que nos alcançou. Na busca da espiritualidade deve-se suportar, levar a carga do outro, não agradar a si mesmos, abrir mão de nós mesmos em beneficio do nosso irmão. É usar os dons espirituais para edificação do corpo de Cristo, e isso por amor, pois quem ama edifica (Rm. 15.1-2).
Viver a vida cristã não se
limita em ir aos cultos com frequência, ler a Bíblia, dizimar e orar, pois
muitos fazem o mesmo, inclusive os mais religiosos. O desafio é andar como
Jesus andou, é uma busca de transformação interior onde o individuo passa pela maravilhosa experiência do novo nascimento que pelo poder do Espírito é tornado nova criatura. Ser espiritual é Trilhar nos seus passos, andar no caminho da cruz. Podemos nos
considerar espirituais por achar que cumprimos as “ordenanças” que nos foram
entregues pelas denominações no qual participamos, mas corremos sério risco de
nos tornarmos religiosos, no qual nos desvia do caminho da verdadeira
espiritualidade.
Os ritos perdem seu valor quando são praticados por motivações incorretas. Nessa busca somos desafiados a se deixar levar pelo vento do Espírito onde nesta experiência seu poder transformador resulta em uma mente cativa a Cristo e um coração quebrantado diante da poderosa soberania de Deus.
Como disse o apostolo Paulo aos Efésios,
a vontade de Deus é que possamos prosseguir na busca da verdadeira
espiritualidade chagando a uma unidade de fé, conhecendo Cristo, para que
possamos chegar à maturidade, atingindo assim a medida da plenitude de Cristo (Ef.4.13).
A Deus toda a glória.
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