Ariovaldo Ramos
Em nome da Graça
Nós rompemos com Deus. Entretanto, Deus é o nosso local/fonte de existência, vida e mobilidade, e o nosso mantenedor. “Nele vivemos, existimos e nos movemos” Paulo de Tarso (Atos capítulo dezessete, versículo vinte e oito).
Como é possível romper com a fonte de existência e continuar existindo? É como se uma lâmpada continuasse acesa mesmo depois de ter sido desatarraxada do soquete.
Isso só se explica por um ato de vontade de Deus. Ele decidiu que nos manteria existindo a despeito de nossa ruptura.
Mas, poderia Deus fazer isso?
Mas, uma vez que tomamos uma decisão livre, não tínhamos de ser responsabilizados? Poderia Deus sustentar nossa existência, mesmo significando isto uma injustiça da parte de Deus?
Não. Deus não pode ser injusto. Logo, Ele deve ter encontrado uma maneira de nos manter existindo sem incorrer em ato de injustiça.
“O sangue de Cristo é conhecido com efeito desde antes fundação do mundo.” Simão Pedro (1ª carta de Pedro capítulo um, versos dezenove e vinte) Cristo sacrificou-se pela criação antes da queda. E o fez, de fato, antes da criação, porque não há propósito em criar para a perdição. Isso faz todo sentido, porque, se algo seria feito para salvar alguém de uma queda cujo efeito, por força de justiça, seria deixar de existir, teria, necessariamente de ser feito antes que a queda aconteça.
Essa disposição no coração da Trindade, que fez com que o Deus Filho abandonasse a sua glória para tal sacrifício, é o que o apóstolo chamou de Graça.
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